Olá TRENDOUTers! Desta vez vamos partilhar alguns detalhes acerca da última aventura em stand up paddle pelas terras do Gerês, mais propriamente na zona Este, onde existe um paraíso natural que merece ser destacado. Por entre encostas e muita água, árvores e estradas de pó encontrámos um local espetacular para fazer um passeio longo, em stand up paddle. Muitas vezes ficamos apenas pela contemplação dos locais, mas a vantagem de podermos ver tudo isso de uma perspetiva diferente, dentro de água, muda completamente a nossa experiência e ligação com o meio natural.
Posso começar por destacar que o percurso pela N14 e N103, até este local maravilhoso é bastante fácil de fazer e com a ajuda de alguma tecnologia, chegamos facilmente aos pontos definidos para conseguir entrar na água. Primeiramente, o objetivo era mesmo explorar o local de São Ane, Barca, Barragem de Salamonde através do Rio Cabril e Cávado, e todo o plano de água e margens que envolvem aquela zona. Por gostar de fazer as coisas com calma acabei por procurar um parque para passar algumas noites dentro daquele contexto e desta forma, poder ter tempo para fazer várias saídas com objetivos específicos para cada entrada na água. Encontrei uma solução bastante interessante para fazer um acampamento, e o parque escolhido foi o Gerês Green Park, que além da sua localização excelente, tem as condições ideais para o que se pretendia. Os donos do parque conhecem muito bem a zona e até ajudaram a identificar alguns trilhos, isto, com mapas personalizados desenhados pelo próprio dono do parque, o Sr. Armando. O Gerês Greeen Park é bastante cómodo, tem boas condições e é cuidado. O silêncio também foi um dos aspetos que valorizou a estadia, apenas se ouviam grilos durante a noite e tivemos a companhia da Green, uma cadela super meiga que apareceu no parque e foi adoptada pelos donos. O espaço é bem distribuído, não tem muita gente, mas isso é que lhe dá as características ideais.
Após a chegada, acabei por fazer uma caminhada para identificar a primeira possível entrada na água, São Ane. Através da estrada que dá acesso a São Ane, existe um uma zona que permite estacionar o carro do lado direito, com a margem bastante acessível à descida com uma prancha de SUP. Basta insuflar a prancha na margem e descer alguns metros para aceder a um rio calmo, limpo e de uma transparência surpreendente. Esta parte do rio, pode ser percorrida em dois sentidos, sendo que do lado de São Ane, o rio acabará por ser inacessível devido ao caudal e à existência de pedras. Ainda assim, tive oportunidade de observar alguns bovinos, típicos daquela região, a alimentarem-se junto à margem do rio. Nesta zona é possível passar por baixo de duas pontes e tem uma vista incrível para a montanha. Existem peixes grandes e pequenos e alguns locais onde podemos parar com a prancha e beber água, descansar ou até comer alguma coisa.
Relativamente ao equipamento, como a travessia tinha o objectivo de ser longa, optei por levar uma Trendout Race 12’, que pelas suas características, ia facilitar a remada, principalmente em zonas onde o vento era mais forte. Acabou por ser uma vantagem, porque andei mais rápido, com menos ciclos de remada e menos resistência ao vento. Remando para o sentido de Barca, e das margens de Pincães o plano de água abre e a paisagem é fantástica. Posso aconselhar que se entrarem pela manhã, normalmente o vento é mais fraco e podemos praticar stand up paddle num espelho de água ao qual é difícil ficar indiferente. O Sr. Armando do Gerês Green Park, informou-me que existia uma cascata que era acessível através da água e passados 4 a 5km de remada, ela seria visível. Até chegar a esta cascata pude observar toda a margem, ver peixes enormes que saltavam fora de água e de confirmar a temperatura da água, quase morna, muito limpa e de tons verdes. Em dias de sol e calor dou por conselho que se fizerem este percurso, o melhor será usarem protetor solar, levarem água e um lanche, porque o nível de exigência dependendo das zonas, irá variar do nível de iniciação ao experiente.
A cascata, apesar de não ser visível de imediato é facilmente identificável pelo som, este ponto de interesse é acessível a pé, e tem uma fraga que permite fazer saltos para a água. Depois de chegar a este ponto, continuei em direção à Barragem de Salamonde e encontrei mais uma cascata pequena, num contexto ligeiramente diferente em termos da aparência da paisagem. A vegetação vai variando de tamanho, e existem zonas apenas de pedra, com rochedos, e outras com mini praias fluviais de areia branca.
Ao avistar a barragem de Salamonde, e da qual fiquei a cerca de 4km, resolvi voltar pela margem oposta e sair no ponto de entrada. Todo este percurso demorou cerca de 7 horas, com algumas paragens para descansar, comer e fazer alguns vídeos. Se quiserem visitar este local para praticar Stand Up Paddle, recomendo que para acederem a certos pontos junto de água, levem um Jipe ou outro veículo 4x4, porque para certos veículos, poderá ficar difícil. Outra das coisas que recomendo é não fazerem caminhadas por trilhos que tenham rebanhos por perto, e se o fizerem verifiquem se não existe algum cão pastor por perto, porque no meu caso acabei por ter de fugir de um castro laboreiro enraivecido. De resto, é um excelente local para passar uns dias, praticar stand up paddle, trail running, ou simplesmente procurar cascatas perdidas e locais que nos permitem desligar do dia-a-dia e conectar com a Natureza de uma forma muito eficaz e com diversos benefícios.
O vídeo deste artigo vai ser publicado dentro de algum tempo. Coordenadas do Local: N - 41º 42' 33" W - 08º 02' 26"
Modelo da Prancha utilizada neste passeio: Trendout Race 12'